Metrô FM Juína 87.9 - Tá na Metrô, Tá Bom de Mais!
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PIONEIROS

José Ferreira da Silva (Baiano Pipoqueiro) e Maria do Amparo Soares da Silva

Baiano chegou com a família em Juína em 11 de julho de 1985

José conhecido como Baiano chegou em Juína em 11 de julho de 1985 com sua família em um caminhão junto com mais 5 mudanças. As famílias vieram em cima do caminhão que para descer nas paradas tinha uma escada. A viajem durou 8 dias, porque era tudo chão e no rio Juruena era balsa na época

Antes de vim morar, ele e seu cunhado vieram para ver as terras e ficaram no hotel Bandeirantes. Na época seu cunhado comprou uma casa e um sitio.

Quando decidiram vir de mudança, eles venderam tudo e só veio com o básico.

Senhor José, e dona Maria se conheciam desde criança, brincavam juntos. O romance aconteceu quando trabalhavam na louvara de algodão e ele comentou com a sobrinha dela que tinha vontade de namorar com Maria.

Seu sogro era muito rígido, eles namoraram 2 anos com muito respeito e com um do seu cunhado vigiando. Só se beijaram depois do casamento. E estão juntos já tem 42 anos.

Tiveram 2 filhos no Paraná Reginaldo e Renato e em Juína mais dois Regivaldo e Renan

Ele ficou sabendo daqui através de um Picareta que chegou na cidade onde morava fazendo muita propagando de Juína, com isso fez a cabeça de muita gente.

Quando seu José chegou com a família não sabia fazer nada, pois só trabalhava na roça. Seu primeiro trabalho aqui foi fura uma foça de 7 metros de fundura e 4 de largura.

A única coisa que ele tinha era uma bicicleta nova que ele trouxe na mudança, e trocou em um carrinho de fazer espetinho. Começou a trabalhar com isso e ganhou muito dinheiro, depois de um tempo para conseguir mais clientes ele dava uma dose de pinga para quem comprava um espetinho e assim a clientela foi aumentando cada dia mais. Com isso ele não vencia fazer espetinho, era cerca de 30 a 35 quilos de carne por dia. Ficavam até de madrugada vendendo. Ele trabalhou vendendo espetinho por mais de 4 anos. 

Depois passou a tralhar com jardinagem e vender picolé e pipoca por muitos anos.

Ganhou a casa que mora do seu cunhado, depois disso comprou carro, moto, viajou para Minas 3 vezes e para o Paraná cerca de 6 vezes. Nas idas e vinda do Paraná ele trouxa muita gente para morar no mato Grosso, por que segundo ele é o lugar de ganhar dinheiro.

O visual de Juína antigamente, assim que chegaram era de muita fumaça por conta das queimadas em derrubadas novas, tinha muita serraria, não tinha energia no Módulo 4, bairro onde moravam e nem agua encanada. Fizeram um “ rabicho” para pega energia da rua de cima passando um fio por baixo da terra até o seu vizinho, a energia vinha bem fraca e só dava para ligar algumas lâmpadas e eles tinham poço para a água.

Aqui os únicos bairros que tinha era o setor industrial, modulo 1,2 e 4 o restante era tudo mato e serraria. As únicas empresas que tinha, eram as madeireiras que alavancaram a cidade, garimpo, os mercados Juína, Simionato e Catarinense.

Senhor Jose teve muito trabalho com o conselho tutelar, pois ele levava os 4 filhos para trabalhar junto a ele de jardineiro, e muitas pessoas achavam que ele estava explorando os filhos no trabalho e foi necessário ele ir até a sede do conselho e explicar como seus filhos eram tratados para que fosse liberado e a conselheira da época também ouviu o depoimento dos meninos onde disseram que eu ia ajudar o pai por que gostavam de trabalhar junto a ele.

A comunicação naquela época era por cartas, mas na maioria das vezes essas cartas vinham e como ninguém procurava, acabavam voltando e quando vinha parente para cá eles passam o recado. A guarnição da Policia Militar de Juína naquele tempo era composta por 6 policiais por que não tinha criminalidade, mas depois no tempo do garimpo aumentou pois passaram a ocorrer vários crimes.

O divertimento da época era joga bola e ele ia lá para vender picolé e pipoca e nunca acompanhava o placar dos jogos.

 O momento mais difícil para José foi quando eles chegaram que ele se viu perdido e não tinha experiência em nada apenas da lida na roça, mas assim que começou a vender espetinho ele já se animou e o período que ele considerou mais difícil durou apenas alguns dias.

E para Dona Maria foi quando seu irmão morreu, ele faleceu dormindo. Depois ela perdeu sua mãe. Foram duas perdas muito difíceis.

E o melhor momento foi quando ele viu os seus filhos tudo criado e seguindo sua vida e cuidando das famílias. E outro momento muito importante foi quando a sua mãe veio morar em Juína. Para maria foi quando os netos nasceram e quando seu filho Reginaldo ganhou o troféu de 1° lugar em corrida.

Reginaldo é corredor e já conquistou diversos prêmios municipais, estaduais e também nacionais em competições de destaque no mundo do atletismo.

Atualmente seu José continua trabalhando com a venda de pipocas nos eventos e também nas praças da cidade, não tanto pela renda econômica, mas também pelo carinho que recebe das pessoas.

Dona Maria gosta de ficar em casa, cuidando dos afazeres e dos filhos, noras e netos o que para ela é um grande tesouro.

 

Acompanhe também a história do casal  em áudio, vídeo e fotos da época  a seguir...