Cicero Cosme de Freitas nasceu em 05 de setembro de 1939 na cidade Princesa Isabel, em Pernambuco. Sua esposa Aldira Maria Freitas nasceu em 27 de maio de 1941 na cidade de Paranaíba, em Mato Grosso do Sul.
Juntos eles tem 04 filhos , Dalila casada com Célio e mãe de Estela e João Miguel, Ana Sara casada com Elias, Sansão casado com Cristiane, e Marta Vitória.
O casal morava em Taboão da Serra e veio para Juína no ano de 1997 , a viagem demorou 46 dias e o meio de transporte utilizado foi o Pau de Arara.
A mãe de Cícero trabalhava como professora e havia sido transferida para Juína, ela foi uma das primeiras a serem contratadas na escola Dr Guilherme.
Seu pai foi o primeiro fotógrafo e sanfonista no município. As vezes eles tocavam na área de sua casa e várias pessoas se reuniam.
Cícero conta que quando chegou ainda não tinha casas ou loteamentos em Juína, estavam abrindo a mata, ele relata que do módulo 1 até onde hoje é a SHM, era um bosque onde as pessoas que vinham de fora e até alguns indígenas acampavam, também havia uma mina onde pegavam água e lavavam roupas.
Quando chegou, Juína era uma "mina de ganhar dinheiro", o que você quisesse expandir era possível. Também era fácil conseguir emprego, bastava ter vontade.
Sobre a política da época, Cicero conta que Hilton Campos foi um bom prefeito, mas perdeu a primeira eleição para Orlando Pereira.
Ele comenta que as festas eram feitas no pavilhão da CODEMAT e as vezes no restaurante. Depois que as construções começaram inaugurou o Clube Catuaba, da Mimi, e as festas eram lá.
Cícero teve um papel importante nas primeiras construções de Juína, pois era ele, junto com um colega, que batiam os tijolos que seriam usados.
Ele era formado em auxiliar de contabilidade, quando se alistou no exército, seus superiores levaram em consideração sua formação e deram a oportunidade de ele vir trabalhar na polícia em Juína, onde atuou por alguns anos.
Cícero relata um episódio triste que passou, onde teve que lutar contra três pessoas, foram cerca de três horas lutando, só acabou quando Cícero se jogou no chão, levou alguns chutes e os homens que estavam o agredindo pensaram que ele estava morto, então foram embora. Ele se sentiu traído depois do ocorrido e saiu da polícia em 1984. Depois disso Cícero foi desgostando do lugar.
Ele relata ainda que um dos piores momentos foi logo depois que ele casou, quando se mudou para uma casa no módulo 5 e quase todos os dias sofria ameaças e perseguições, ele atribui isso as pessoas que não gostam de autoridade e que não aceitam o crescimento dos outros.
Cícero comenta que um dos melhores momentos foi quando ele saiu daqui e se sentiu livre.
Ele falou ainda de um assunto bastante comentado na época, sobre o finado Davi taxista, que foi assassinado por engano, o seu Táxi também era utilizado por outro homem, que tinha algumas desavenças, os assassinos seguiram o táxi, mas era o Davi que estava dentro. O criminoso foi pego, mas os mandantes do crime não.
Cícero Cosme diz que hoje Juína está bem mais elevada, mais calma, é um ótimo lugar, o progresso avançou, ainda faltam algumas coisas, mas estamos no caminho.
Atualmente, Cícero é terapeuta naturista, tem formação em clínica médica, psicologia e psicologia do trânsito, medicina chinesa, é nutrólogo e quiropraxista, o que levou ele a ir atrás de todos esses conhecimentos foi a necessidade em campo.
Por fim, ele diz que Juína tem tudo e nada, expandiu, cresceu, mas não tem opções, é preciso investir na agricultura e pecuária, para trazer qualidade de vida melhor para o povo.
Sua mensagem final é para que as pessoas não olhem para o passado:
“Não vivifica o que já passou, personalize o presente para chegar ao futuro e ter uma qualidade de vida correspondente aos seus sonhos, ao seu patamar realizado. ”
Confira abaixo a história em audio, vídeo e fotos da época.