Metrô FM Juína 87.9 - Tá na Metrô, Tá Bom de Mais!
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PIONEIROS

Neri Pedro Bortolini

O pioneiro chegou em 1986

O irmão mais velho de Neri Bortolini, Darci, veio para Juína no ano de 1984 trabalhar em uma chácara do tio deles, no ano de 1986 Darci sofreu um acidente, uma árvore caiu em cima dele e ele faleceu, depois de 20 dias Neri veio para Juína.

Quando chegou ao município, Neri comprou um terreno no módulo 5, aqui ele trabalhava de servente de pedreiro e também como garçom no Juína Clube.

Neri ficava em Juína alguns meses, juntava um pouco de dinheiro e voltava para o Rio Grande do Sul, lá ele comprava gado, fazia alguns investimentos e depois retornava para Juína, pois aqui no município era mais fácil conseguir dinheiro.

Em uma dessas idas para o Rio Grande do Sul, Neri conheceu Rosimeire, eles se conheceram em uma matinê dançante, namoraram por pouco mais de um ano e em 1990 eles se casaram em uma colônia no Sul. Em 1990 eles tiveram seu primeiro filho, Jonathan, no ano de 1996 nasceu o Diego, segundo filho do casal. Atualmente eles também têm dois netos, Fernanda e Pedro.

Em 1991 Neri e sua esposa se mudaram para Juína, quando chegaram eles ficaram morando junto com um irmão do Neri, um tempo depois eles compraram uma casa no município. As casas daqui naquela época não eram forradas e tinham muitas frestas, quando os caminhões passavam, por exemplo, enchia de poeira dentro da casa.   

Eles vieram de ônibus para Juína, trouxeram algumas caixas com o enxoval, roupas e louças, o casal já tinha um filho bebê que veio junto. No Sul eles não haviam comprado muitas coisas, pois assim que casaram já tinham em mente se mudar para o Mato Grosso.

 Neri comenta que no ano de 1992 e 1993, na gestão do prefeito Liceu Veronese, havia muitas pessoas doentes com malária, o garimpo estava acabando e não tinha serviço, muitas pessoas queriam ir embora de Juína, achavam que a cidade não iria para frente. Foi uma época muito difícil para eles, em que passaram por muitas dificuldades.

Os irmãos de Neri também moravam em Juína, seus pais ficaram no Sul, lá eles trabalhavam na roça, mas como já tinham certa idade e estavam doentes, Neri e seus irmão os trouxeram para Juína, eles gostaram muito daqui. O irmão de Neri ficou dois anos no Sul cuidando das terras dos seus pais, mas lá a situação financeira era difícil, então eles venderam aquelas terras.

Quando chegou ao município, Neri trabalhou 30 dias com máquinas no garimpo, mas não teve um bom retorno financeiro. Depois ele foi trabalhar em uma fábrica de tubos de poços. Um tempo depois Neri foi chamado para trabalhar fazendo o meio-fio de um asfalto, depois disso ele começou a fazer várias outras empreitadas. Ele trabalhava no Centro de Obras da Prefeitura e também na fábrica de tubos em um projeto junto com os presidiários.

Em 1999, depois que Ságuas ganhou as eleições para prefeito, Neri pensou em sair do seu trabalho na prefeitura e voltar a trabalhar como pedreiro, mas Hilton de Campos ofereceu uma forma de poste e um terreno para ele continuar com suas atividades.  Neri começou a pegar obras em Juína e na região. Em 2000 o lote em que ele trabalhava já estava ficando apertado, pois a produção de postes era muito grande. Neri se mudou para um lote maior e ficou lá por um tempo.

Em 2001, Neri deixou a sua sociedade na fábrica, ele conseguiu comprar um lote, mas lá ainda não tinha energia, com muito trabalho ele conseguiu comprar uma forma e ele e a esposa faziam concreto com a inchada. Foi um tempo de muito trabalho. Rosimeire sempre o ajudava na fábrica e seus filhos também os ajudavam desde pequenos.

Hoje em dia a sua empresa, a Pré Moldados Juína, trabalha fazendo tubos, galeria de arte, barracão e vários outros produtos de pré moldados e estruturas de ferro.

Neri conta uma história sobre um tênis branco de pano que ele comprou, em uma madrugada trabalhando como garçom, ele estava atendendo várias mesas e estava ganhando um bom dinheiro, seus pés estavam queimando por causa do calor, já estava tarde, mas ele queria continuar trabalhando. De manhã ele foi para casa, tirou o tênis e dormiu. Quando acordou as suas unhas estavam pretas, Neri perdeu cinco unhas.

Ele comenta sobre um dos momentos mais tristes de sua vida, a perda de sua mãe, ela sofreu um acidente e dois dias depois faleceu. No ano seguinte um sobrinho que morava em Tangará também faleceu e no ano passado, seu irmão faleceu em Setembro e seu pai em Outubro. Em quatro anos eles perderam quatro membros da família, mas Neri diz que esses são momentos da vida.

Também comenta que sua felicidade é o dia a dia, ele e a esposa conseguiram formar sua família, todos estão com saúde e eles têm dois netos que amam muito.

Para as pessoas que estão chegando a Juína, Neri diz que a situação está mais difícil, mas ainda existem opções, que tem que tentar e lutar e que a região noroeste tem um bom futuro, mas que os jovens têm que ir atrás, se aventurar nessa região.