Milto Ortolan, natural de tenente Portela Rio Grande do Sul em 15/04/1944 e NéliaOrtolan nascida em 21/09/1945 (in memória).
O pioneiro conheceu Juína em 1980, pois o seu irmão Valmor já residia na nova cidade e devido ao acidente com motosserra, resolveram vir visitá-lo no Mato Grosso.
Milto relata que as estradas não eram boas, e possuía muito areão, demorando praticamente 1 semana para chegar em Juína, chegou a comentar com a mãe que voltaria de avião por que não tinha condições as estradas, comenta ele rindo da situação. E foi o que ele fez, pegou um avião de volta para sua casa em Tenente Portela.
Já no Rio grande do Sul, o pioneiro relata que em conversa com a falência primeira esposa, Dona Nélia, como tinha gostado da cidadezinha no interior do Mato Grosso, e como mexiam com lavoura, o veneno utilizado quase o matou. Foi um dos motivos para a mudança de estado. Na época da decisão a primeira filha de seu Milto, Marilize Ortolan já possuía 13 anos, nascida em Tenente Portela (RS) em 1968.
Milton Ortolan mudou-se para a nova cidade em 24 de Julho de 1981, caminhão e a família em um carro, uma F100. Marilize relembra que na mudança veio a sua família juntamente com os primos. O irmão mais velho do seu Milto, Ives Ortolan, assim que soube da mudança, decidiu que iria junto, então carregaram 2 caminhões e cortaram estrada até o Mato Grosso.
Ele conta nesse percurso entre visitar Juína e voltar para o Rio grande do Sul, Milto ficou trabalhando em Juína, ajudando o irmão na retirada da madeira Mogno e Cerejeira.
Seu Milto relata que na época que chegou a Juína as coisas eram bem difícil, mas como todos eram jovens acabavam por aguentar tudo,Marilize na época com 13 anos disse que a primeira impressão do local foi desesperador, pois só havia o porto Santa Laura e meia dúzia de casas, o restante tudo mato.
Milto relembra saudosamente de como era a cidade quando chegou, só existia o módulo 1, o restante era coberto de mato fechado, lembra também da mina de água, valiosíssima que estava localizada onde hoje se encontra a faculdade Ajes, a rodoviária onde hoje se encontra a farmácia São Jorge e da famosa danceteria Catuaba, palco de muitas histórias. Os mercados que a recém levantada Juína possuía era o Mercado Juína, mercado Pretto e Pretto e o Alvorada conta seu Milton.
A família Ortolan veio para Juína para estabelecer comercio, mas acabaram trabalhando com a madeira devido a alguns fatores, seu Milton passou por apuros logo no início da caminhada na nova cidade, a intenção eraestabelecerum comercio, deposito de pneus,Lanchonete e posto de lavagemera a opção do pioneiro devido à falta desse empreendimento na cidade, mas devido à burocrática documentação e o aval do engenheiro Hilton Campos o negócio não foi para frente, e quando começou a trabalhar no mato, sua recém comprada esteira foi roubada, devido ao seu irmão Valmor ter emprestado para um homem que acabou por carregar a esteira e fugido sem dar nenhuma noticia,sem equipamentos a derrubada de madeira foi interrompida.
Sem recurso nenhum a família tentou a roça novamente, abriram um sitio, mas mesmo assim ficou muito complicado a situação financeira de todos.
Dona Délia Barasuol, segunda esposa de seu Milton também veio de Tenente Portela, viúva há 10 anos e mãe de um casal de filhos e irmã de Dona Nélia, falecida esposa de seu Milto, mora em Juína há19 anos.
Seu Milto ficou sabendo da que a cunhada estava viúva na época em que ele deixou o Mato Grosso e voltou para Tenente Portela em 1992 após o falecimento da esposa. Ele morou aproximadamente 5 anos, quando retornou em 1997.
Marilize Ortolan foi a primeira secretária do administrativo de Juína com 15 para 16 anos e Foi através de um conhecido, seu Portoque ela começou a trabalhar na prefeitura. Ela relembra a prefeitura de madeira bem pequena e com uma equipe reduzida e que mudou bastante de lugar até se fixar onde até onde está hoje.
A renda do município era advinda da madeira e do café relata Marilize até a chegada do garimpo, onde teve um pico de movimentação grande e um período perigoso relata à pioneira. A produção da lavoura na época também era muito grande e a antiga Cazemat, orgão do governo comprava essa produção, mas Marilize relata que o pátio era repleto de produtos advindos da agricultura, mas acabavam por estragar devido a falta de escoamento.
Depois de muito tempo trabalhando com Madeira e depois com lavoura, seu Milton deixou para ir ao garimpo, febre na época, mas também não rendeu bons frutos segundo Milton Ortolan.
De 1990 para 1991 a família montou uma Lanchonete, Coração de Melão, em frente ao antigo mercado Simionatto e o negócio bombou devido ao grande número de pessoas em Juína, mas com o passar do tempo devido a vendas fiadas que o comercio fazia, o negócio começou a quebrar, foi quando na metade do ano primeira esposa de seu Milton veio a faleceraborrecida com tudo o pioneiro, tocou a lanchonete até o final daquele ano e fechou as portas e queimou o caderno de fiado para não cobrar ninguém, mais uma vez.
Nesse meio tempo antes da esposa falecer Milton vendeu o sitio com intenção de ir embora. Milton na verdade queria investir em cabeça de gado, novilhas enxertadas que renderia mais cabeças dentro de 1 anos, mas devido a febre do ouro e do diamante e aconselhado pela esposa seu Milton resolveu entrar na compra e venda das preciosidades. E foi através disso que a família adquiriu alguns lotes bons.
A família relata que a diversão da época era o campo de futebol, onde hoje está instalado o Pasqualotto supermercados, e todos iam assistir, e no mesmo local começou a festa de peão, e também era a primeira feira do município. O passa tempo era ficar com a família nas horas vagas, pois não tinha muita coisa por aqui naquela época.
Já para os mais jovens Marilize conta que a diversão era por conta das serenatas arranjadas pela professora Fátima Bertoldo, dos interclasses das escolas.
Ela fala que não se vê morando em outro lugar, e que Juína sempre será sua casa. Marilize relata que o Juinense é acolhedora e humana, pois todos trabalham em prol do próximo, pois tudo que alguém precisa sempre está disposto a ajudar.
A família relata alguns momentos tensos que a cidade viveu, entre pistoleiro, mortes absurdas, Marilize relata que a morte que mais chocou a cidade foi a do taxista, e depois a vingança contra os assassinos.
Dona Delia relata que a sua maior felicidade foi sua chegada em Juína, e não se vê morando em outro lugar.
Milton Ortolan conta que sua maior alegria foi quando conheceu a cidade pela primeira vez, e que aqui era melhor que na região sul na época para ele, mesmo depois de ter ido algumas vezes ao Paraná.
Na Alegria do momento Milto, conta que o primeiro emprego do filho Mauro foi entregar jornal, e que Jair dono de um empreendimento viu potencial no menino e chamou para ser cobrador e logo ele foi chamado para mexer com peças de veículos, algum tempo depois Mauro Ortolan foi chamado de Sócio e até hoje estão bem estabelecidos no município, e essa foi outra felicidade de seu Milton, ver os filhos encaminhados na vida.
Já para a filha de seus Milton foi a chegada do irmão, mesmo o ciúme por ser filha única e uma diferença de 14 anos de idade, foi uma chegada muito iluminada, e depois a chegada da tia e da prima. Outra alegria foi o casamento do irmão, uma coisa emocionante, devido ter visto a batalha e o crescimento dele.
Milton Ortolan, conversou com a segunda esposa na época por telefone, e propôs que viesse morar com ele em Juína, já que ela não residia aqui, lembrando que a segunda esposa de seu Milton é irmã da primeira esposa e além disso teve que conquistar os filhos para então conseguir trazer a atual esposa para morar com ele.E assim os dois começaram a viver junto até hoje.
A família vê um futuro promissor para Juína, pois a cidade foi que acolhedora, onde formaram um laço sólido e feliz.
Acompanhe a história completa da Família Ortolan no vídeo abaixo.