Esta História será contada pôr Nair Ribeiro de Araujo Machado e Dilson Ribeiro Araujo em memória de Belizário Francisco de Araujo e Anatalia Ribeiro de Araujo.
Seu Belizário nascido em brumado no estado da Bahia saiu de sua cidade natal para o estado de São Paulo trabalhar com café, o auge do café levou seu Belizário até o estado do Paraná, onde conheceu Anatalia Ribeiro sua esposa.
Os filhos relatam que por mais que a cultura das famílias de seus pais fosse diferente, não impediu o matrimonio e hoje a mistura das duas culturas pode ser apreciada nas comidas com descendência Italiana e Nordestina.
Do estado do Paraná a família Araujo mudou-se em 1972 para a cidade de Tangará da Serra, Mato Grosso foi quando ficaram sabendo do Projeto Juína, então em 1978 os homens da família veio até a recém aberta Juína para comprar terra e construir as casas.
Quando eles chegaram a Juína já possuíam casa pronta. Nair relata que na época precisou fazer a 5º serie em vilhena, pois não possuía essa escolaridade na região, foi a primeira vez que se separou dos pais, mas no ano seguinte a escola Guilherme inseriu a 6ª serie e Nair pode voltar para casa.
Seu Dilson diz que estudou no colégio presbiteriano onde hoje está instalada a delegacia da Polícia Judiciária Civil, e na época a professora era dona Terezinha Fogaça a primeira professora de Juina.
Ele também relata que as missas eram realizadas na CODEMAT pelo padre Ângelo Spadari que muitas vezes esquecia a missa no meio e ficou conhecido por isso.
A irmã mais nova de Nair e Dilson, Ivone Ribeiro Araujo nesse tempo estudava na famosa Pinguinho de Gente.
Eles relatam que para construir em Juína, existia normal, como banheiro tinha que ser construído dentro de casa, não poderia furar poço, tinha um tanto de M² para poder construir, a energia era gerada por motores e só ia até as 22h00min da noite.
Dilson relembra com muita alegria, que tudo ainda era Mato e sua diversão era andar de bicicleta, tomar banho no rio perdido e que podia beber água tranquilamente no rio.
Já Nair relembra da danceteria Catuaba danceteria, e que mesmo em uma matinê, era muito difícil freqüentar o lugar, por causa de rixa entre duas famílias que não se gostavam, e acaba em tiros e correria, Nair e Dilson se lembram do dia que estavam na danceteria, e começou um tiroteio, viu muita gente correndo, deita no chão. Mas fala que não era somente no estabelecimento que acontecia os tiroteios, na rua também acontecia, principalmente à noite, e relembra quantas vezes ficou abaixado no chão até cessar os tiros isso tudo quando eles moravam ainda no centro da cidade.
Na época tinha os famosos gatos, capangas de fazenda que levavam peões para trabalha na derrubada de mato e trabalhar em serrarias.
Os irmãos contam que para ele como crianças foi fácil viver nessa época aqui em Juína, fizeram amizade rápida e era muito tranquilo para eles.
Dilson relata que era um tempo de solidariedade, todos se ajudavam, se qualquer um precisa-se de qualquer suprimento todos estavam a dispor de ajudar todos. Nair complementa falando sobre todos da região conhecer os pilotos de avião ser amigos, pois a maioria das vezes para sair da nova cidade era pelos famosos teco-tecos.
Por mais que existissem pistoleiros, os irmãos falam que era um lugar muito tranquilo, e roubo, estupro ou coisas desse tipo eram muito raro, e que você podia dormir tranquilamente e podia deixar até as janelas abertas que nada acontecia se você ficasse longe de casa por muito tempo, muito diferente de hoje em dia.
A diversão principal de Juína era o futebol, todos se reunião nos finais de semana para jogar ou para assistir e o primeiro campo de futebol se localizava onde hoje é o hospital Municipal, ele ri quando comenta que dava até briga na arquibancada entre as mulheres, e a maior felicidade dos populares e principalmente das crianças era a chegada de circos, que não tinha um dia que não lotasse.
Juina também possuía um cinema muito bem instalado, com cadeiras estofadas e tela grande, Nair fala que os filmes eram mazzaropi, trapalhões a maioria de produções nacionais. As copas do mundo eram assistidas em fitas cassetes já gravadas passadas no Juina Club, e sempre lotava de gente.
Sem televisão, o passa tempo das crianças e dos adolescentes de Juina era brincar e ler, Nair conta que leu muito gibi da serie TEX, fantasmas entre outro.
A melhor época para eles eram as festas juninas, onde a família toda se reunia para a comemoração, os tios passavam a fogueira meia-noite caminhando em cima das brasas quente, em homenagem a São João, muito vinho, biscoitos e alegria.
E dona Anatalia teve a alegria de casar a filha, com uma festa que reuniu a família toda, mas no ano seguinte veio a falecer, uma tristeza muito grande ficou, Nair explica que devido a falta de estrutura na Saúde muito Juinenses perderam seus entes queridos, ela lembra que a mãe ficou 2 dias internadas antes de falecer, se Belizário queria levar ela para fora de avião, mas não podia deslocar ela daqui, a família toda entristeceu-se, seu Belizário não se casou de novo e veio a falecer em 2018.
Os filhos lembrando os pais com carinho, com amor e diz que sempre foram trabalhadores, guerreiro e que nunca deixou faltar nada para ninguém, fala que o pai era muito inteligente e autodidata, fazia conta de cabeça, lia, e tocava sanfona, era uma pessoa alegre.
Os irmãos Araujo deixam seu recado para que vir ou gostaria de mora em Juína, a cidade tem mais de 30 anos de história, está no começo ainda e com todas as esperanças crescerá mais ainda. Juína tem muitas riquezas e pode evoluir ainda mais.
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