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Coluna/Opinião

A ponta do iceberg poderia ajudar o Brasil que trabalha.- Vicente Lino

Data: Sábado, 05/07/2025 16:54

Na quarta-feira passada, o ministro Gilmar Mendes afirmou que a crise entre o governo federal e o Legislativo em torno do IOF tem mais cara de ser um “sintoma” do que o próprio problema em si. Disse também, que falta tratar a doença: a falta de diálogo, a falta de coordenação e que isso é apenas a ponta do iceberg de uma crise. O Brasil que trabalha espera que, um dia, esse iceberg cause danos ao casco desse enorme e luxuoso transatlântico que navega em aguas turvas e conduz o país a rumo incerto e, por isso mesmo, muito perigoso. As cabines mais luxuosas desse navio acomodam viajantes que, em 2023 custaram ao país 7 bilhões de reais. Por falta de diálogo e ocupando cabines do mais alto luxo, em 2024, suas excelências aumentaram esse valor para 10.5 bilhões de reais, o que significa um aumento de 49,3%, para uma inflação de 4,8%. Por falta de coordenação e por não tratar a doença, o aumento em benesses para essa gente foi 10 vezes maior que a inflação. Seria bom se esse iceberg abrisse uma fenda no casco do transatlântico e agua começasse a entrar, forçando um debate sério sobre a necessidade de regulamentação, transparência e controle desse Poder, antes do naufrágio.

Com medo das profundezas do oceano, os viajantes desse navio, talvez evitassem ordenar o excesso de prisões preventivas, a generalização das acusações e penas e o avanço sobre outros Poderes. A agua gelada do oceano deveria fazê-los refletir sobre a atipicidade do julgamento de crimes comuns na última instancia e mostrar o prejuízo causado à defesa por falta de acesso à inquéritos sigilosos. Enquanto o barco segue, nós, os marinheiros do porão, vamos remando com uma Dívida Bruta do Governo Geral que corresponde 76,1% do PIB. Coisa de 9,3 trilhões de reais. Eles não se importam. Afinal, os 10.5 bilhões em salários e penduricalhos garantem a lagosta, o caviar e o vinho com, pelo menos, três premiações internacionais, claro.

Vicente Lino.

 

 

A ponta do iceberg  poderia ajudar o Brasil que trabalha.- Vicente Lino