A gente lembra que o ministro Edson Fachin do STF proibiu a polícia de subir o morro, por meio do ADPF das Favelas. Sabemos também, que o ministro Lewandowsky é favorável ao desencarceramento e comemorou o fato de que 50% dos presos, são liberados nas audiências de custódia. A polícia prende e a justiça solta no mesmo dia. Por isso mesmo, ninguém há de estranhar que o Crime organizado já é o principal empregador em algumas regiões do Brasil, conforme um Estudo do Fórum Brasileiro da Segurança Pública divulgado recentemente. O trabalho mostra que o comércio ilegal de produtos lícitos já movimenta mais dinheiro do que o tráfico, ampliando domínio de facções em áreas onde poder público é pouco presente. Ou proibido de entrar, como quer o ministro Fachin.
Por conta desta leniência do Poder Público, o crime organizado no Brasil, agora já movimenta mais dinheiro com a venda irregular de combustível, ouro, cigarro e álcool do que com o tráfico de cocaína. Os números impressionam; o PCC e o Comando Vermelho movimentaram R$ 146,8 bilhões em 2022, com a comercialização de combustível, ouro, cigarros e bebida, e a movimentação financeira do tráfico de cocaína no mesmo período foi estimada em R$ R$ 15 bilhões. Foi assim; os mercados lícitos começaram a ser explorados inicialmente para lavar o dinheiro da droga, mas acabaram gerando receita tão grande que a droga deixou de ser o negócio mais rentável. O estudo mostra também que o tráfico é fundamental para manter o poder bélico e o controle territorial. O ministro Fachin não se importa, a polícia federal continua correndo atrás do pessoal do 8 de janeiro, enquanto o tráfico de drogas continua mantendo o controle das rotas de comércio ilegal na Amazônia e no Mato Grosso do Sul. E as regiões dominadas pelo crime só aumentam.
Vicente Lino.