Neste espaço já falamos, mais de uma vez, sobre as anulações de processos das empreiteiras amigas, pelo ministro do STF Dias Toffoli, mesmo sabendo não acontece nada com ele. Agora, o homem começa a ser citado lá fora e talvez as coisas mudem. O ministro foi citado pelo gerente de pesquisa da Transparência Internacional, Guilherme France, quando ele denunciou o desmonte do combate à corrupção em países da América Latina durante participação em uma audiência na comissão de direitos humanos na Organização dos Estados Americanos (OEA). Guilherme France falou da decisão monocrática de Toffoli que anulou todos os processos e investigações conduzidos pela Operação Lava Jato contra o empresário Marcelo Odebrecht e apontou que o Judiciário brasileiro está se recusando a cooperar em investigações de corrupção ao impedir o envio de dados e depoimentos no exterior.
Temos então que, no Brasil soltamos os criminosos e perdoamos as multas e ainda impedimos que outros países, também prejudicados pela roubalheira, punam as empreiteiras pelos crimes cometidos por lá. Guilherme France enfatizou ainda, que para a Transparência Internacional, a decisão do ministro abala a confiança no STF. Decisões como essas contribuíram para o rebaixamento da nota do Brasil no Índice de Percepção da Corrupção, referente ao ano de 2024, que acaba de ser publicado. Na avaliação de especialistas e empresários sobre o nível de corrupção no setor público de cada país, a nota do Brasil foi 34 numa escala de 0 a 100. Toffoli não se importa com nada disto, mas em corrupção, estamos empatados com países, como Nepal, Argélia, Malauí, Níger, Tailândia e Turquia. A julgar pela comprovada impunidade aos gatos gordos da República, nas próximas pesquisas estaremos bem piores.
Vicente Lino.
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