O TRE-SP cassou o mandato da deputada federal Carla Zambelli, por 5 votos a 2. Na cabeça do desembargador, Encinas Mafré, houve “abuso da liberdade de expressão e ato de evidente má-fé”, em uma publicação de 2022, onde ela divulgava que urnas eletrônicas teriam sido manipuladas. Nesta triste toada, a decisão ainda pode tirar do congresso, os deputados Paulo Bilynskyj e Luiz Philippe de Orleans e Bragança, dois dos mais combativos parlamentares de oposição. A cansativa conversa diz respeito a divindade das sacrossantas urnas eletrônicas. Uma fala da deputada sobre a apuração do sistema eleitoral foi motivo suficiente para jogar no lixo quase 1 milhão de votos de seus eleitores. Agora, virou verdade sagrada e estabelecida, como se fosse revelação divina a infalibilidade das urnas e do sistema eleitoral.
Fica claro, que um dos objetivos principais da ditadura jurídico-petista é destruir toda e qualquer oposição verdadeira no país. Carla Zambelli será mais uma na lista que começou com o Deputado Fernando Francisquini, em 2021, depois Daniel Silveira e talvez não pare mais. Yves Gandra Martins, um dos maiores juristas brasileiros, não se cansa de repetir que, de acordo com o artigo 53 da Constituição, os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Neste sentido, as punições aos deputados desrespeitam a Constituição. No pântano jurídico que atravessamos um parlamentar pode perder o mandato por algo que falou. E o absurdo é maior, quando se sabe que a decisão sobre a perda de mandato, cabe a juízes que nunca receberam um único voto na vida.
Vicente Lino.