Em sua primeira entrevista, após a eleição para presidir o Senado, Davi Alcolumbre afirmou, que a proposta de anistia aos condenados pelos atos do dia 8 de janeiro, não vai pacificar o Brasil e que temas de natureza político-eleitoral e ideológica contaminam o debate do Parlamento brasileiro. Ele se elegeu após acordo que uniu diversos partidos, inclusive o PL e o PT. Pelo acordo, o PL assumiu a Vice-Presidência do Senado, além de importantes comissões nas mesas diretoras do Senado, o que é bom para o país. Agora resta conferir se os acordos serão cumpridos. Ainda assim, sua fala sobre a anistia continua sendo desastrosa. Afinal, há dois anos o Brasil começou a enfrentar um dos períodos mais sombrios de sua história. Não sabemos o que impediu Alcolumbre de enxergar quase duas mil pessoas, em sua grande maioria inocentes, tendo seus direitos humanos mais básicos violados e sendo sumariamente condenadas, sem o devido processo legal. Também não sabemos, o que o impede de atentar para o fato de que as câmeras de segurança do Ministério da Justiça desapareceram e que foram feitas manobras espúrias para obstruir as investigações da CPMI do 08 de janeiro.
Não se espera, que o novo Presidente do Senado ainda acredite nessa insistente e mentirosa narrativa de Golpe, inventada pelo consórcio entre o Governo Lula, o STF e parte da imprensa. O que se espera é que o novo Presidente do Senado lute, com firmeza e misericórdia, a favor daqueles brasileiros injustamente presos. Os acordos para sua eleição não devem permitir que ele vire as costas para pessoas que estão literalmente morrendo na prisão, famílias estão sendo destruídas, trabalhadores impedidos de colocar comida em suas mesas e brasileiros buscando refúgio em outros países. Esse mesmo acordo deve obriga-lo a ver pessoas humildes, em sua grande maioria inocentes, sendo esmagadas no meio de uma briga política na qual não possuem qualquer influência. Davi Alcolumbre e todos que colaboraram para sua eleição, não podem esquecer as vítimas do estado brasileiro, que sofrem todos os dias a dor da injustiça.
Vicente Lino.