Quem acompanha o noticiário político, há muito tempo percebeu que o Presidente do Senado Rodrigo Pacheco, está muito distante do que se poderia esperar para alguém com tão importante cargo. Ele parece não entender que a relação entre os poderes é essencial para o equilíbrio e a independência dentro do sistema democrático. Por isso mesmo, a sociedade cobra que ele atue com firmeza e independência para defender o Congresso. Por sua omissão o Legislativo continua perdendo espaço para o Judiciário. Sob sua presidência, o Congresso parece abrir mão de sua responsabilidade de legislar e defender suas prerrogativas. E, por falta de altivez não consegue promover o devido respeito entre os poderes. Agora conseguiu piorar ao apoiar a continuidade do PT no poder. Falou, como se não tivesse lido as páginas policiais que o partido começou a frequentar, praticamente desde sua fundação.
Depois, teve a coragem de afirmar o seguinte: “Eu me filio à linha de que seria interessante para o Brasil ter a continuidade por mais quatro anos do presidente Lula no governo”. Fingindo não perceber que o PT foi varrido das prefeituras nas eleições de agora, Pacheco respirou fundo para afirmar que a figura de Lula é muito agregadora e pode receber o apoio de diversos atores e partidos políticos, sobretudo se seu governo gerar resultados. Aí, foi quando ele fingiu se esquecer do monstruoso déficit público, inflação em alta, do rombo nas empresas estatais e aumento dos impostos, além da reconhecida falta de projetos para o país. É estarrecedor, mas nos bastidores, há a especulação de que, quando deixar a Presidência do Senado ele possa ser indicado para algum ministério do Governo Lula ou para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. São coisas como essas que aprisionam nossas esperanças de viver em um país melhor e nos condenam a perpétua mediocridade.
Vicente Lino.