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Coluna/Opinião

O Governo quer cortar benefícios de 680 mil cadastrados no INSS. - Vicente Lino.

Data: Terça-feira, 23/07/2024 09:46

 Governo avisa que vai passar o pente-fino no programa de revisão de benefícios pagos pelo INSS.  Com a já reconhecida incompetência enche o peito para afirmar, que 680 mil benefícios poderão ser cortados a partir do mês de agosto. É nesta toada que o governo pretende liberar espaço no orçamento.  Nada contra. Somos sempre favoráveis ao combate às fraudes e irregularidades. Mas, entendo que a sociedade pode apontar outras maneiras de liberar espaço no orçamento. Por exemplo; um pente-fino no custo total do funcionalismo; os gastos com pessoal da União, estados e dos municípios representam 13,4% do PIB e estamos à frente de países desenvolvidos, como Suécia (12,7%), França (12,1%), Itália (9,5%) e Alemanha (7,5%). A média de gasto com o funcionalismo entre os integrantes da Comunidade Europeia é de 9,9% PIB. Por isso mesmo, a divisão do gasto entre os Poderes assusta muito. No Congresso; cada um dos 513 deputados e dos 81 senadores custa mais de US$ 7 milhões por ano. É o segundo Congresso mais caro do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

O pente-fino também deveria passar pelo Poder judiciário; os custos por lá somam 132,8 bilhões de reais, por ano. Nos Tribunais de Justiça, os rendimentos mais os penduricalhos estão acima do Teto de Gastos, em 50 dos 54 órgãos avaliados. Por lá estão os funcionários públicos os bem pagos do Brasil. Boa parte deles com 32 tipos de auxílios, gratificações, indenizações, verbas, ajudas de custo e por aí vai. Como se sabe, nessa moçada ninguém mexe. Como o ministro Fernando Haddad precisa cortar R$ 25,9 bilhões do Orçamento, o jeito será o tal pente-fino, logo nos benefícios do INSS. Segundo ele é por aí que o governo vai retirar dos programas quem não tem direito e está recebendo benefícios sociais. Daqui a pouco vão dizer que o Brasil voltou e que este é o governo da reconstrução.

Vicente Lino.

O Governo quer cortar benefícios de 680 mil cadastrados no INSS. - Vicente Lino.